Um minuto de sirenes em Mariana para lembrar da tragédia

Um minuto de sirenes em Mariana para lembrar da tragédia. Sirenes tocam por um minuto em Mariana para lembrar dois meses de tragédia. Moradores se reuniram em frente à Catedral da Sé, no Centro da cidade, para relembrar os momentos vividos com o rompimento da Barragem de Fundão.

A reportagem é de Gustavo Werneck e publicado pelo portal O Estado de Minas, 05-01-2015.

Os dois meses do rompimento da Barragem do Fundão, da mineradora Samarco, em Mariana, na Região Central, foram lembrados às 16 desta terça-feira com um ato público em frente à Catedral da Sé, no Centro da cidade. O ponto alto foi “um minuto de sirene” para lembrar a maior tragédia socioambiental do país, que, em 5 de novembro, matou moradores no subdistrito de Bento Rodrigues, deixou desaparecidos soterrados pela lama de minério de ferro, devastou a vegetação e levou os rejeitos da estrutura da mineradora até o Oceano Atlântico.

O ato foi coordenado pelo grupo de Bento Fala, formado por professores, arquitetos, advogados e outros profissionais para ajudar as comunidades atingidas. O professor de história Kleverson Lima, do Bento Fala, lembrou que a sirene é um símbolo de cidadania e um grito de alerta, para que a tragédia jamais seja esquecida. Quando a catástrofe completou um mês, foi realizado ato semelhante às 16h, horário do rompimento. “Estaremos todos os meses aqui, sempre no dia 5”, afirmou o professor. “Se houvesse uma sirene no local, muitos não teriam morrido”, acrescentou.

Além da sirene, foi montado um painel localizado as comunidades de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, também em Mariana. “Ao ouvir a sirene, fiquei emocionada. Deu um arrepio”, disse a professora Silvana Dias, que trabalhou numa escola de Bento Rodrigues durante 12 anos. “As pessoas ainda estão se adaptando em Mariana, este recomeço não é fácil. Há muito para ser resolvido. Se tivesse essa sirene no local,tudo seria diferente”, lembrou.

A ex-moradora de Bento Rodrigues, Edilaine Marques dos Santos, agente distrital, resumiu a situação: “Essa sirene é tudo o que faltava lá no Bento”.